Com exceção dos países com tradições milenares, vivemos erroneamente um momento no qual todos idealizam ser jovens; as crianças cada vez menos vivem a fase infantil, e os adultos negam sua condição até a velhice, como se fosse possível perpetuar a juventude.
Ser jovem além se ser sinônimo de virilidade (um tabu), virou status, porque na maioria dos lares brasileiros, por exemplo, quem vai entrar em conflito com a pessoa mais capacitada na casa para a manutenção do computador, e que não precisa de manual de instrução para instalar as maravilhas tecnológicas?
De uma maneira geral, não há no mundo ocidental valorização do saber, da experiência, do conhecimento, seja ele adquirido pela vida ou por instituição educacional, ainda que, a fase adulta seja considerada pela psicologia o ápice do desenvolvimento, pois nesta fase o ser é ou deveria ser independente em todos os níveis da vida, devido ao seu trabalho, responsabilidade, maturidade e estabilidade.
Ao idoso, resta a sabedoria adquirida ao longo do tempo, já que as perdas biológicas são constantes e visíveis, então ocorre a negação da idade, e consequentemente da identidade, associada à dependência e declínio, são subterfúgios nesta fase, sendo que são comumente associadas à morte numa sociedade onde o idoso é discriminado e desvalorizado.
No entanto tal preconceito aparece cada vez mais cedo, não se limitando à velhice. Curiosamente, há alguns meses, quando eu questionei sobre um comentário maldoso referente a uma senhora de 65 anos, um amigo me disse que quem passou dos 25 já é velho (num sentido pejorativo), e completou: - o que dizer de uma pessoa de 70? Que absurdo!
Contudo, fugindo do aspecto preconceituoso, cientistas americanos propagam atualmente que começamos a envelhecer biologicamente aos 27 anos, embora sem dores musculares, sem marcas profundas na pele e com habilidades como a verbal em crescente evolução até os 60 anos, o cérebro é o primeiro a começar o processo de envelhecimento. Assim, a velhice está literalmente na cabeça:
De qualquer forma, todas as fases da vida são importantes e outra visão é ultrapassada e desinformada! Além do que, todos nós, pela ordem natural dos acontecimentos, atravessaremos por todas as fases do desenvolvimento humano, e o jovem preconceituoso de hoje será o alvo de preconceito amanhã, mais aceleradamente do que se imagina!
Segundo a psicologia, baseada em Freud, Piaget, Vygotsky e outros estudiosos, as fases do desenvolvimento humano são basicamente as que seguem (havendo pequenas divergências entre um e outro estudioso), e para não prolongarmos em subdivisões, como por exemplo na fase adolescente: pubescência, puberdade, pós-puberdade. As fases que aparecem na sequência podem variar, devido a aspectos cognitivos e sociocognitivos.
Pré-Natal (da concepção ao nascimento)
Parto – a separação da mãe
Bebê - de 0 a 3 anos
Pré-escolar - dos 3 a 6 anos
Escolar – dos 6 a 10 anos
Adolescência – dos 10 aos 18 anos
Adulto jovem ou adultescência – dos 18 aos 29 anos
Ardor dos 30 – dos 30 aos 40 anos
Maturidade – dos 40 aos 60 anos
Velhice – dos 60 em diante
Eles parecem estar morrendo? Não! Então diga NÃO ao preconceito!!!